"Então, falando ele estas coisas em sua defesa, Festo disse em alta voz:
Estás louco, Paulo! As muitas letras te levam à insanidade!"
(Atos dos Apóstolos 26.24)

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Homilia [2]: Quando o temporal se levanta...

O sermão abaixo foi apresentado por mim na Igreja Batista em Piracanjuba, Goiás, quando visitava meu amigo e colega de turma no seminário, Pr. Luciano Sardinha.


Piracanjuba - GO, 19 de maio de 2002.

Domingo (noite)

Tema: QUANDO O TEMPORAL SE LEVANTA...

Texto: Marcos 4.35-41.


INTRODUÇÃO

O cristão já participa antecipadamente do Reino de Deus através da fé em Cristo. No entanto, ele ainda vive neste mundo, em uma sociedade dominada pelo pecado, pelo mal e pela morte, onde as coisas podem, de repente, perder o controle e tudo ao redor ficar tumultuado. Talvez não haja imagem melhor para ilustrar isso do que o temporal. Esse fenômeno natural demonstra tremenda força e, por vezes, arrasta tudo pela frente desconcertando qualquer um.

E quando, na experiência do dia-a-dia, o temporal se levanta? O que pensar diante dos vultosos imprevistos com os quais a vida nos surpreende? Gostaria de pensar com os irmãos, nesta noite, sobre o tema: QUANDO O TEMPORAL SE LEVANTA...


Quando o temporal se levanta...

1º) Ele também atinge os que estão com Cristo (v. 36-37). Os discípulos de Jesus, que haviam deixado tudo para segui-lo, estavam com ele no barco quando o temporal começou. A tormenta apanhou tanto os outros barcos que também navegavam pelo mar da Galiléia como aquele em que eles e Jesus se encontravam. O fato de alguém ser crente em Jesus não o livra de passar por situações desagradáveis e momentos de angústia na vida.


Quando o temporal se levanta...

2º) É preciso contemplar a presença de Cristo pela fé para não fraquejar (v. 38). Debaixo da maior tempestade, com os discípulos desesperados, Jesus estava dormindo. Sim, ele estava dormindo, mas estava com eles ali. Aqueles homens temiam a força do vento e estavam admirados de Jesus não despertar, porém o Filho de Deus estava com eles ali. Eles deviam apegar-se à certeza da presença de Jesus com eles no barco e enfrentar seu medo, ao invés de se encolher diante da violência das ondas. Mesmo que a vida nos reserve circunstâncias tão duras, devemos concentrar a nossa atenção na presença de Jesus conosco. Isso se chama fé em Deus.


Quando o temporal se levanta...
3º) Faz-se necessário perseverar na esperança do socorro de Jesus, mesmo que de imediato a situação pareça não mudar (v. 38). Jesus estava no barco, porém os discípulos não viam as coisas melhorarem. Seus olhos estavam fixos na tempestade. Sua fé era pequena porque se orientava por aquilo que o instante lhes fazia sentir. Não conseguiam enxergar, para além disso, a proteção do Jesus com o qual há algum tempo andavam e que tantas coisas espantosas já tinha feito em presença deles. Se as circunstâncias ao nosso redor não mudam de imediato, isso não significa que Jesus está ausente, não tem poder ou nos esqueceu. A fé em Deus é provada na perseverança. Se os problemas persistem, a nossa fé também deve persistir. Deus certamente virá em nosso socorro.

Quando o temporal se levanta...

4
º) Deus poderá agir, ainda que nossa fé seja menor que o temporal (v. 38-39; Mt 8.26). Mesmo com a pequena fé dos discípulos, Jesus realizou o milagre e o mar se acalmou. É verdade que Deus exige que tenhamos fé nele. Entretanto, seu poder não está limitado ao tamanho de nossa fé, tampouco a sua misericórdia. Deus nos ama, e tudo o que Ele faz por nós é por pura bondade e não porque merecemos alguma coisa. O Senhor dá provas do seu amor, mostra que podemos confiar nele em toda ocasião, qualquer que seja a imensidão do nosso problema. A única resposta, pois, que podemos dar a Ele é entregar as nossas vidas em suas mãos.

Quando o temporal se levanta...
5º) E, logo após, a bonança chega, devemos avaliar a nossa fé diante da exigência de Jesus a respeito da confiança absoluta em Deus (v. 40). Jesus perguntou aos seus discípulos por sua fé. A experiência do temporal deve, portanto, levar-nos a refletir sobre a nossa própria fé. A mensagem de Jesus aos seus discípulos era: “Tenham fé em Deus” (Marcos 11.22). A fé declara que Deus é verdadeiro (Jo 3.31-36). Quando cremos em Deus, acreditamos que tudo o que Ele nos diz é verdade e temos a garantia de que Ele fará conosco tudo o que prometeu (Hebreus 11.6). Ainda que tenhamos fraquejado diante da tempestade, devemos lembrar do que Deus fez, como nos ajudou, agradecer e procurar recorrer a Ele “quando os tempos mudarem” daqui por diante. Na Bíblia sempre encontraremos mensagens para fortalecer a nossa fé. A oração será o meio de contarmos a Deus tudo o que está acontecendo e pedir ajuda. Os irmãos da igreja também poderão nos consolar e amparar. Deus está sempre perto, e será achado por aqueles que o buscarem (Mateus 7.7-11).


CONCLUSÃO


Quando o temporal se levanta ele também atinge aqueles que estão com Cristo. Nesse momento é preciso contemplar a presença de Cristo pela fé para não fraquejar. E faz-se necessário perseverar na esperança do socorro de Jesus, mesmo que de imediato a situação pareça não mudar. Ainda que nossa fé seja menor que o temporal, Deus poderá agir em nosso favor. Então, com a chegada da bonança, devemos avaliar nossa própria fé diante da exigência de Jesus a respeito da confiança absoluta em Deus. Amém!

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