"Então, falando ele estas coisas em sua defesa, Festo disse em alta voz:
Estás louco, Paulo! As muitas letras te levam à insanidade!"
(Atos dos Apóstolos 26.24)

quarta-feira, novembro 23, 2011

FOFA


Fofa, Fofinha... Ela morreu hoje, às cinco e pouca da manhã. Acabo de receber a notícia de minha mãe. Estou triste. Lembro aquela gatinha miando na minha janela querendo entrar em casa na época em que eu era adolescente. Na ocasião, ela ainda não morava com a gente, ficava andando pelas redondezas. Conhecemos ela através da Mãezinha, a gatinha que era sua "mãe" e do Baninho, um outro lindo gato amarelo. O verdadeiro nome dela (e a gente a chamaria por vários outros depois...) era Flocky. Acho que quem deu foi a Liz, minha irmã.

Fofa era um paradoxo. Ela miou, miou, miou até que a gente pôs ela pra dentro de casa de vez. Mas aí, sempre cheia de vontade, não gostava de muita incomodação. Ficava sempre na dela. Como ela se tornou muito gorda, a gente queria apertar aquela barrigona. Só que aquele prazer tinha um preço: tomar dentadas ou unhadas dela. Doía, mas era bom. Às vezes, quando ficava com raiva, Fofa olhava pra gente com aquela boquinha entreaberta, mostrando seus dentões e seus dentinhos. Linda! Ela era dengo e brabeza. Amor em duas faces.

Outra coisa ela fazia, a qual eu também nunca vou esquecer. Se estivesse deitada e a gente deitasse de frente pra ela, em poucos segundos ela levantava e virava de costas! Aí ela tinha que aguentar: a gente a "amassava" de tanto carinho!

Vou sentir muitas saudades da minha Minguim! Descanse, minha Gordinha, minha Brabinha, minha Velhinha. Agradeço a você por toda alegria que nos deu.

Fofinha viveu cerca de dezessete anos.


I believe in the Kingdom Come
Then all the colours will bleed into one
Bleed into one
But yes I'm still running

(U2, I still haven't found what I'm looking for)

Espero que, um dia, Carla, e eu, e nossas famílias reencontremos a Fofinha na bem-aventurança que, esperamos, acolherá a todos sem distinção.