"Então, falando ele estas coisas em sua defesa, Festo disse em alta voz:
Estás louco, Paulo! As muitas letras te levam à insanidade!"
(Atos dos Apóstolos 26.24)

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Algumas palavras sobre o livro de Qohélet [2]: Qohélet e o ensino eclesiástico.

Eclesiastes 12.9-11

9
Qohélet, além de ter sido sábio,
ainda ensinou o conhecimento ao povo;
ele escutou atentamente e examinou
(corrigiu?) muitos provérbios.

10
Qohélet procurou
encontrar palavras agradáveis,
escrever corretamente palavras verdadeiras.

11
As palavras dos sábios são como os aguilhões,
e como pregos fincados pelos mestres das reuniões;
elas foram dadas pelo único pastor.


O texto é uma espécie de depoimento sobre o autor do livro de Eclesiastes e constitui um (primeiro?) epílogo da obra. Algumas considerações podem ser feitas sobre a prática do ensino na igreja:

A produção e a socialização do conhecimento precisam ser incentivadas (v. 9). Qohélet se dedicou a refletir sobre a cultura da sabedoria e da espiritualidade em Israel. Todavia, seu trabalho não estava restrito ao acúmulo, mas à transmissão do conhecimento ao povo. A atitude de Qohélet reforça a proclamação do Novo Testamento a respeito do sacerdócio universal daqueles que têm fé em Jesus: a todo o cristão devem ser garantidas as condições para uma aproximação pessoal e consciente de Deus, capaz de proporcionar a maturidade espiritual.

Para reflexão: O que poderia representar um obstáculo ao crescimento na fé? Que medidas poderiam ser tomadas para solucionar o problema?

A construção do conhecimento passa incontornavelmente pelo diálogo crítico de idéias (v. 9). Qohélet não quis apenas conhecer, porém também dialogar com a cultura do seu tempo. A sua avaliação dos provérbios que corriam na sociedade incluía conferi-los com o que realmente acontecia no dia-a-dia. Isso permitia que ele percebesse se o que se falava sobre Deus conduzia à vida ou ao engano das pessoas. O ensino na igreja precisa abrir espaço para o compartilhamento de opiniões enquanto se examina em conjunto os textos bíblicos, os quais são a referência para a fé em Deus no cristianismo.

Para reflexão: Que benefícios poderiam resultar do debate de opiniões em torno da leitura dos textos bíblicos? Haveria algum perigo nesta prática?

O objetivo do ensino teológico é orientar para a vida (v. 11). O autor deste testemunho a favor de Qohélet inclui a sua obra no grande conjunto da tradição e da fé israelita. Posteriormente esse patrimônio espiritual será herdado pelos cristãos, os quais o utilizarão para compreender a revelação de Jesus Cristo. A Bíblia cristã, portanto, é o referencial para o encontro dos cristãos com o seu Deus. Suas palavras são “os aguilhões” do pastor, Deus, com os quais ele guia o cristão no caminho; seus ensinos, os “pregos fincados”, o fundamento para uma vida próxima de Deus e abençoadora para o mundo.

Para reflexão: Em que o ensino na igreja pode ajudar uma pessoa a compreender a natureza e a prática da fé?

As virtudes teologais [2]: A fé

Na postagem anterior, introduzi o tema das virtudes teologais – a fé, a esperança e o amor – que conhecemos a partir da leitura da Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios, capítulo 13, versículo 13 (1Co 13.13). Tomás de Aquino (1224 - 1274), um dos grandes pensadores da escolástica medieval, um período de intensa reflexão teológica e filosófica sobre os temas fundamentais da dogmática cristã católica, pronunciou-se desse modo acerca delas em sua "Summa Teologiae" (2ª parte, 1ª seção, questão 62, artigo I):

Ora, esses princípios se chamam virtudes teologais, quer por terem Deus como objeto, enquanto nos ordenam retamente para ele; quer por nos serem infundidos só por Deus; quer por nos serem essas virtudes conhecidas só pela divina revelação, na Sagrada Escritura.


Eu havia iniciado com a fé, apresentando a idéia hebraica de 'emunah – fidelidade – em Habacuque 2.4: “Eis o orgulhoso! O seu ser não é direito nele. Mas o justo por sua fidelidade será”. Em seguida, expus a noção da palavra grega pístis – fé – na releitura teológica que o apóstolo Paulo faz da passagem de Habacuque em Romanos 1.17: “Mas o justo viverá pela fé”. Em Habacuque, a fidelidade do justo é ressaltada pelo clamor do profeta contra o orgulhoso caldeu: ele faz pilhagens, usa de violência, destrói povos, confia em ídolos de madeira, pedra ou metal. A fidelidade, portanto, não é uma idéia: ela está indissociavelmente ligada à retidão, pois YHWH é “sobremodo puro de olhos para ver a maldade” (Hc 1.13aα). O manejo de Paulo com esse versículo, que ele toma a partir do grego, objetiva apresentar o evangelho como revelação da graça de Deus que aceita incondicionalmente os pecadores por meio da fé em Jesus Cristo.


Que outros sentidos o conceito “fé” pode assumir em textos do Novo Testamento da Bíblia cristã?


De acordo com Mc 1.14-15, Jesus inaugurou a sua pregação com uma declaração e uma convocação: completara-se o tempo e o reinado de Deus havia chegado; diante disso, o Nazareno clamava para as pessoas que elas convertessem o seu pensamento e o seu caminho e fizessem das boas notícias anunciadas por ele a substância da sua fé. Acredito que a noção de fidelidade está contida no imperativo do verbo pistéuo, da mesma raiz de pístis: comprometei-vos com as boas notícias, sede fiéis ao evangelho. Ter fé, segundo Jesus, é aderir ao seu anúncio. E o que Jesus anuncia? Que o reinado de Deus está presente entre os homens: o seu poder expulsa os espíritos impuros (1.21-29); a sua compaixão não apenas cura, mas toca o corpo do doente e do marginalizado (1.40-45); a sua terapia envolve os pecadores em celebrações de amor e amizade (2.15-17); a rigidez do jejum e do sábado são ultrapassadas pela fraternidade (2.18-22, 23-28); o serviço ao próximo substitui o governo de uns sobre outros (9.33-37); oferece-se um copo d'água ao discípulo sedento (9.41); homem e mulher se aproximam não para um tomar posse do outro, mas se unirem em um único ser, vivendo um para o outro (10.1-12); prenuncia-se a derrocada de um sistema religioso que colabora com a espoliação daqueles que vivem na penúria (13.1-2), ainda que o gesto de uma viúva de depositar no gazofilácio insensível tudo o que possuía tenha sido destacado como exemplo de confiança e desapego (12.41-44).

domingo, janeiro 21, 2007

As virtudes teologais [1]: A fé


Agora, porém, permanecem fé, esperança, amor, estes três;
contudo, o amor é o maior deles”. (1Co 13.13)


Estas três palavras – fé, esperança, amor -, bem conhecidas de todos nós, foram chamadas de virtudes teologais. São virtudes porque, se exercitadas, inclinam o ser humano para o bem. E são teologais porque são orientadas totalmente para Deus, isto é, elas têm nele a sua fonte e o seu objeto.


Neste estudo, gostaria de falar sobre a , a partir tanto da Bíblia judaica quanto da Bíblia cristã. Só um esclarecimento: a Bíblia judaica consiste no texto em hebraico e aramaico que, em relação aos livros, mas não à sua estrutura e disposição teológica, corresponde ao Antigo ou Primeiro Testamento da Bíblia cristã protestante. As Bíblias cristãs, católica e protestante, têm em comum sua dupla divisão em Antigo e Novo Testamentos, embora divirjam, em relação à primeira parte, no número de livros e no tamanho de alguns deles.


Na Bíblia judaica aparece, no livro de Habacuque, uma palavra que, quando transposta para o grego, primeiro na tradução dos livros hebraicos (LXX) e depois no Novo Testamento grego, adquire um outro sentido. É a palavra hebraica 'emunah, que dá a idéia de algo confirmado, estabelecido, verdadeiro. Essa palavra é da mesma família de 'amen. Hc 2.4 faz parte da resposta de YHWH para a queixa de Habacuque a respeito da opressão dos caldeus sobre Judá. Por isso, a palavra pode ser traduzida por “fidelidade” – “Eis o orgulhoso! O seu ser não é direito nele. Mas o justo por sua fidelidade será”. O justo se estabelece por sua fidelidade à palavra de YHWH. Essa passagem é utilizada em Rm 1.17 por Paulo, o qual emprega o grego pístis: “Mas o justo viverá pela fé”. O apóstolo relê o texto de Habacuque como demonstração de sua tese sobre a justiça de Deus e o evangelho.


Mas qual a relação entre fé e fidelidade? Ambas, inclusive, provém da mesma raiz latina, fide. De certo modo, quem é fiel a YHWH, acredita, em fé nele. No verso de Habacuque o justo é comparado ao orgulhoso, de quem o ser, conforme diz YHWH, não é direito. Por quê? As sentenças pronunciadas a seguir dão a resposta: o orgulhoso (aqui, o caldeu) faz pilhagens, usa de violência, destrói povos, confia em ídolos de madeira, pedra ou metal. Em Habacuque, fidelidade não é uma idéia: ela está indissociavelmente ligada à retidão. Será isso também o que Paulo quer dizer com sua outra leitura da passagem? Não há dúvida que a intenção primeira de Paulo é provar pelas Escrituras judaicas que a justiça de Deus – entendida como aceitação incondicional de pecadores – é estabelecida pela fé em Jesus Cristo. Mas, assim como ser fiel a YHWH envolve aderir à conduta de retidão que YHWH exige, ter fé em Jesus Cristo também requer compromisso com a vida de retidão que teve Jesus de Nazaré. Certo! O Novo Testamento anuncia uma salvação gratuita, que não depende de créditos decorrentes de obras de justiça nossas. Mas como é que a fé que anuncia a graça salvadora irá se mostrar sem a concretização dessa mesma graça em ações? O Novo Testamento também demonstra isso.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Homilia [3]: Jesus, o presente de Deus para você

O sermão abaixo foi apresentado por mim como modelo para elaboração de pequenos sermões de evangelização para cultos nos lares durante o PROMIBI, realizado por ITA no início de 2005.

TEMA – Jesus, o presente de Deus para você.
TEXTO – João 3.16-21.
IDÉIA CENTRAL DO TEXTO – Deus amou o mundo e por isso entregou o seu Filho único para salvá-lo. Todo aquele que crê no Filho único de Deus tem a vida eterna e anda na luz e na verdade.

INTRODUÇÃOTodos nós gostamos de receber presentes. Eles são uma demonstração do carinho de nossos parentes e amigos por nós. Quando somos presenteados por alguém nos sentimos gratos e a nossa relação com essa pessoa é fortalecida. Deus também faz assim. Ele quer lhe dar o maior presente de todos. JESUS É O PRESENTE DE DEUS PARA VOCÊ. Gostaria de convidá-los a me acompanharem na leitura de João 3.16-21. Por que posso dizer que Jesus é o presente de Deus para você?

Jesus é o presente que Deus oferece...

1 – COMO PROVA DO GRANDE AMOR QUE TEM POR VOCÊ (v. 16).

Aplicação: Que resposta você pode dar a esse amor de Deus por você?

2 – PORQUE DESEJA QUE VOCÊ CONFIE EM JESUS (v. 18).

Aplicação: Em que você tem colocado a esperança de sua vida? Não gostaria de confiar em Jesus a partir de agora?

3 - PARA DAR A VOCÊ UMA NOVA VIDA (v. 19-21).
Aplicação: Você acha que precisa mudar algo em sua vida? Gostaria que Jesus o(a) ajudasse?

CONCLUSÃO Jesus é o presente que Deus lhe oferece como prova do grande amor que tem por você. Ele deseja que você confie em Jesus, colocando nele a esperança da sua vida. Deus quer dar a você uma nova vida através de Jesus.

Homilia [2]: Quando o temporal se levanta...

O sermão abaixo foi apresentado por mim na Igreja Batista em Piracanjuba, Goiás, quando visitava meu amigo e colega de turma no seminário, Pr. Luciano Sardinha.


Piracanjuba - GO, 19 de maio de 2002.

Domingo (noite)

Tema: QUANDO O TEMPORAL SE LEVANTA...

Texto: Marcos 4.35-41.


INTRODUÇÃO

O cristão já participa antecipadamente do Reino de Deus através da fé em Cristo. No entanto, ele ainda vive neste mundo, em uma sociedade dominada pelo pecado, pelo mal e pela morte, onde as coisas podem, de repente, perder o controle e tudo ao redor ficar tumultuado. Talvez não haja imagem melhor para ilustrar isso do que o temporal. Esse fenômeno natural demonstra tremenda força e, por vezes, arrasta tudo pela frente desconcertando qualquer um.

E quando, na experiência do dia-a-dia, o temporal se levanta? O que pensar diante dos vultosos imprevistos com os quais a vida nos surpreende? Gostaria de pensar com os irmãos, nesta noite, sobre o tema: QUANDO O TEMPORAL SE LEVANTA...


Quando o temporal se levanta...

1º) Ele também atinge os que estão com Cristo (v. 36-37). Os discípulos de Jesus, que haviam deixado tudo para segui-lo, estavam com ele no barco quando o temporal começou. A tormenta apanhou tanto os outros barcos que também navegavam pelo mar da Galiléia como aquele em que eles e Jesus se encontravam. O fato de alguém ser crente em Jesus não o livra de passar por situações desagradáveis e momentos de angústia na vida.


Quando o temporal se levanta...

2º) É preciso contemplar a presença de Cristo pela fé para não fraquejar (v. 38). Debaixo da maior tempestade, com os discípulos desesperados, Jesus estava dormindo. Sim, ele estava dormindo, mas estava com eles ali. Aqueles homens temiam a força do vento e estavam admirados de Jesus não despertar, porém o Filho de Deus estava com eles ali. Eles deviam apegar-se à certeza da presença de Jesus com eles no barco e enfrentar seu medo, ao invés de se encolher diante da violência das ondas. Mesmo que a vida nos reserve circunstâncias tão duras, devemos concentrar a nossa atenção na presença de Jesus conosco. Isso se chama fé em Deus.


Quando o temporal se levanta...
3º) Faz-se necessário perseverar na esperança do socorro de Jesus, mesmo que de imediato a situação pareça não mudar (v. 38). Jesus estava no barco, porém os discípulos não viam as coisas melhorarem. Seus olhos estavam fixos na tempestade. Sua fé era pequena porque se orientava por aquilo que o instante lhes fazia sentir. Não conseguiam enxergar, para além disso, a proteção do Jesus com o qual há algum tempo andavam e que tantas coisas espantosas já tinha feito em presença deles. Se as circunstâncias ao nosso redor não mudam de imediato, isso não significa que Jesus está ausente, não tem poder ou nos esqueceu. A fé em Deus é provada na perseverança. Se os problemas persistem, a nossa fé também deve persistir. Deus certamente virá em nosso socorro.

Quando o temporal se levanta...

4
º) Deus poderá agir, ainda que nossa fé seja menor que o temporal (v. 38-39; Mt 8.26). Mesmo com a pequena fé dos discípulos, Jesus realizou o milagre e o mar se acalmou. É verdade que Deus exige que tenhamos fé nele. Entretanto, seu poder não está limitado ao tamanho de nossa fé, tampouco a sua misericórdia. Deus nos ama, e tudo o que Ele faz por nós é por pura bondade e não porque merecemos alguma coisa. O Senhor dá provas do seu amor, mostra que podemos confiar nele em toda ocasião, qualquer que seja a imensidão do nosso problema. A única resposta, pois, que podemos dar a Ele é entregar as nossas vidas em suas mãos.

Quando o temporal se levanta...
5º) E, logo após, a bonança chega, devemos avaliar a nossa fé diante da exigência de Jesus a respeito da confiança absoluta em Deus (v. 40). Jesus perguntou aos seus discípulos por sua fé. A experiência do temporal deve, portanto, levar-nos a refletir sobre a nossa própria fé. A mensagem de Jesus aos seus discípulos era: “Tenham fé em Deus” (Marcos 11.22). A fé declara que Deus é verdadeiro (Jo 3.31-36). Quando cremos em Deus, acreditamos que tudo o que Ele nos diz é verdade e temos a garantia de que Ele fará conosco tudo o que prometeu (Hebreus 11.6). Ainda que tenhamos fraquejado diante da tempestade, devemos lembrar do que Deus fez, como nos ajudou, agradecer e procurar recorrer a Ele “quando os tempos mudarem” daqui por diante. Na Bíblia sempre encontraremos mensagens para fortalecer a nossa fé. A oração será o meio de contarmos a Deus tudo o que está acontecendo e pedir ajuda. Os irmãos da igreja também poderão nos consolar e amparar. Deus está sempre perto, e será achado por aqueles que o buscarem (Mateus 7.7-11).


CONCLUSÃO


Quando o temporal se levanta ele também atinge aqueles que estão com Cristo. Nesse momento é preciso contemplar a presença de Cristo pela fé para não fraquejar. E faz-se necessário perseverar na esperança do socorro de Jesus, mesmo que de imediato a situação pareça não mudar. Ainda que nossa fé seja menor que o temporal, Deus poderá agir em nosso favor. Então, com a chegada da bonança, devemos avaliar nossa própria fé diante da exigência de Jesus a respeito da confiança absoluta em Deus. Amém!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Homilia [1]: Igreja, por que e para quê?

O texto abaixo é um pequeno sermão que apresentei no retiro ITA-Mendes 2004 (30/10 a 02/11).

TEMA: IGREJA, POR QUE E PARA QUÊ?
TEXTO: EVANGELHO SEGUNDO MATEUS, CAPÍTULO 16, DO VERSÍCULO 13 AO 23.

A pergunta que tematiza o nosso encontro é, na verdade, duas perguntas. A pergunta "Igreja, por quê?" tem a ver com possibilidade - O que é que torna a Igreja possível? A pergunta "Igreja, para quê?" diz respeito à finalidade - O que é que orienta a existência da Igreja? Com o exame da passagem de Mateus 16.13-23, procurarei sugerir algumas respostas a essas perguntas.

I. IGREJA, POR QUÊ?

Por causa dos dois movimentos que caracterizam a história da salvação:

1. A REVELAÇÃO - O movimento divino (v. 16-17). Nas palavras de Jesus, de acordo com o evangelista, o seu Pai celeste foi quem revelou a Pedro o que este acabara de dizer: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus! O Filho de Deus no mundo, Deus no mundo, Deus com os homens.

2. A CONFISSÃO - O movimento humano (v. 16). Deus revelou que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e Pedro assim o confessou. A Igreja é uma comunidade confessante, conquanto responde à revelação que Deus faz de seu Filho. E, na medida em que responde, compromete-se com o para quê de sua existência.

II. IGREJA, PARA QUÊ?

1. PROCLAMAÇÃO (v. 19). A Igreja deve dizer às pessoas que elas são convidadas a participar do reino dos céus por meio de Cristo.

2. COMPREENSÃO (v. 20-21). A Igreja precisa continuamente compreender o Cristo que proclama. Jesus não autorizou os discípulos a proclamarem-no como o Cristo sem antes explicar-lhes o que isso significava.

3. TRANSFORMAÇÃO (v. 18, 21-23). A Igreja deve identificar-se com a mensagem de Cristo, procurar nela o sentido para a vida. Os homens e as mulheres que compõem a Igreja falham, equivocam-se. O propósito de Cristo é reorientar o foco de suas preocupações, levá-los a pensar em e a esperar por "as coisas que são de Deus". Deus nos quer para nos transformar.

CONCLUSÃO

A Igreja encontra o seu porquê nos dois movimentos que caracterizam a história da salvação: a revelação de Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo (o movimento divino) e a confissão de fé nessa revelação (o movimento humano).

A partir de sua confissão, a Igreja defronta-se com o seu para quê: proclamação (da salvação em Cristo), compreensão (do significado de Cristo) e transformação (pelo propósito de Cristo).

Que Deus a todos e a todas abençoe! Amém!