"Então, falando ele estas coisas em sua defesa, Festo disse em alta voz:
Estás louco, Paulo! As muitas letras te levam à insanidade!"
(Atos dos Apóstolos 26.24)

quinta-feira, setembro 10, 2009

A ASSOMBRAÇÃO DO CASARÃO

Lá, naquele casarão
Triste e envelhecido,
Mora uma assombração,
Um vulto esquecido.

Se acontece, nas noites escuras,
De uns gaiatos ali se aventurarem,
Fazendo ela pavorosos ruídos soarem,
Põe pra correr as pobres criaturas!

Dizem que fora uma alma rabugenta,
Que não gostava de outras gentes,
Sempre enclausurada na mansão cinzenta.

E agora, como não tem mais dentes,
Remói com o vazio uma solidão morrinhenta,
Arrastando-a pelos cantos como correntes.

3 comentários:

MARCOS SILVA EIRAS disse...

ESSE EU SEI DO QUE SE REFERE... MAS VC SE ESQUECEU QUE REALMENTE EXISTIA UMA HISTÓRIA DE APARIÇÃO LÁ NO SOBRADO... HISTÓRIAS QUE NOS CONTAVAM PARA DEIXAR-NOS ESPANTADOS!!! UM VULTO QUE FOI VISTO ANDANDO LÁ NO FINAL DA CASA, PERTO DO BANHEIRO! AQUELA ÁREA JÁ ERA DE DAR MEDO! E QUANDO OS PRIMOS TODOS DORMIAM NA SALA E DAVA MÓ VONTADE DE MIJÁ E TINHAMOS QUE ANDAR A CASA TODA PRA CHEGAR NO BANHEIRO! UUUUUUHHHHHHHHHHHH!!!
A CARLA É PASTORA? NÃO SABIA! AHUAHUAHUAHAUHA

Luiza Pinheiro disse...

Sabe, essa história de casarão, fez-me pensar que muitas pessoas se tornam tais casarões assombrados e assombrosos. Lembrei do Dom Casmurro, antes Bentinho, apelido puro e inocente, para um final amargo e tórrido. Cecília Meireles escreveu em Retrato: "Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro. Nem estes olhos tão vazios. Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos, sem forças, tão paradas, frias e mortas. Eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança tão simples, tão certa, tão fácil. Em que espelho ficou perdida a minha face?"
E assim as pessoas se perdem, ou por uma demêcncia fisicobiológica ou pelas escolhas nas intempéries da vida.
Bjk

Leila Bento disse...

Aquele casarão lá do Pomba serve de base para muitas histórias, né? Aliás, ouvíamos cada uma contada por sua avó Carlota, de arrepiar! Aquelas do cemitério também, não sei se você se lembra!...
Bjs e parabéns, tô adorando!!!