Ó coração, por que desobedeces
E do meu comando não fazes caso com astúcia
Para me afligires com insuportável angústia
Ignorando-me as tristezas, e as dores, e as preces?
O peito arde, pois, com minúcia,
Um verdugo acusa-me e diz: “Mereces!
De lentidões e inoperâncias te entorpeces!
Méritos de condenados barganhas sem renúncia!”
Uma perfeição fria o crepúsculo vaticina da esperança
No mundo dos vencedores, da escolha fracassada
Opção pela poesia, nau dos que desistiram da bonança
Ó Mãe Celeste, por que te ocultas da alma atormentada
Distante, Espírito Todo-Poderoso, desta reles brisa sem confiança
A descrer da vida e de por ti incondicionalmente amada?